quarta-feira, 12 de novembro de 2014

>> Espera


Teus olhos me chamam
Tímidos de mentira para me atrair
Te olho de perto
Não penso no certo
Te faço a vontade surgir.
Dessa vez não penso em fugir
nem resistir
Me leva agora daqui.

Minhas pernas tão bambas
Tuas mãos tão insanas
profanas
viajam
por mim

Teus braços me enlaçam
devassam
abraçam
minhas vistas
perseguem
embaçam
você

Teu lábio delicia
Tua língua acaricia
Malemolente isca
Para que eu te permita
entrar sem bater.
Perdulário perfume
Usurário perfume
Abusar da minha inocência
Que nem é tanta
Pra trazer
teu prazer

Me acaricia com jeito
Isso me aquece o peito
Te enrijeço
Te ofereço
o que ninguém tocou jamais
Tu me empurras contra si
Faço ruir teu arfar:
Não precisa mais resistir, meu rapaz

Te permito sentir a quarta parte do meu sabor
Já que eu sei:
do que tu tens aí
nunca provei
Mas quero experimentar agora
Meu amor

Teu corpo me aquece
Minha pele apetece
Teu carinho aparece
pra desvendar tudo em mim.

Tua saliva me molha
como a chuva que espalha
chacoalha tua água
no meu jardim

Ressurge meu fogo
nesse ardoroso jogo de tomar-me no fim.

Me pega de frente
me faz não ser gente
me torna animal, fera para sentir
O prazer de arrepiar
O calor de jorrar
Tornar-me mulher pelas tuas mãos
Enfim.

Valentina Diaz

(Todos os direitos reservados)