sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Para quem gosta de música

Creio eu, que em casa elemento, cada nuance desse universo haja um personagem. Em cada instrumento musical habita um ser diferente, porque a música em si já é uma entidade, uma essência, que pode ou não ter rosto dependendo da forma que você encara.

O Violoncelo, por exemplo...
Deve ser um velho, no mínimo uma pessoa de meia-idade. Daquelas que já viveu demais, ou pelo menos tem muita história para contar. Reparem: Em quase todas as trilhas sonoras de séries e filmes que tem uma boa quantidade de ação ou drama, lá está ele, adicionando emoção, em suas notas rápidas ou melancólicas, agudas ou graves. Está nos tangos, está nas orquestras. É um senhor distinto e rico, daqueles que não se misturam de jeito nenhum.

A Guitarra:
Uma moça de mais ou menos vinte anos, no auge da beleza. Ansiosa por festas, na ânsia da vaidade que seus verdes anos podem lhe trazer. Louca por viagens, por situações nas quais seus cabelos vermelhos possam correr soltos pelo vento, situações da vida na qual seus olhos negros e profundos possam expressar seus desejos mais íntimos.Desfila seus piercings, suas tatoos, e ama esportes radicais, com a adrenalina se  sente viva. Se houvesse uma palavra para essa moça, com certeza seria a a intensidade, a loucura pela vida, sem limites, sem nenhuma intenção de ser normal. Aliás, fugindo da normalidade. 




Flauta: Uma menina doce a fim de brincar, a fim de correr e ser feliz. Com o cabelo longo e trançado. Tão pura, com aquela candura de quem ainda não visitou na vida os episódios amargos. É uma menina do mato, com a ingenuidade quase mística de quem vive em comunhão com a natureza. Talvez seja por isso que os índios gostam tanto de tocar flauta.

Corneta: Uma mulher desafiadora, segura de seus trinta e cinco anos. Sem medo de nada, sem medo das touradas, que tem o talento de convidar e arrastar a multidão para a alegria, para a expectativa e a sensualidade.

E depois de conhecer tantos personagens, tem gente que alega não gostar de música instrumental...

(Lucy Herrera)

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Amor, dor, e o que a sua atitude tem a ver com isso.

Amor, dor, e o que a sua atitude tem a ver com isso.

Cansei, sério. Cansei de ver todo mundo chorando por amor. Antes eu ficava com dó, mas agora isso me dá nos nervos. Não pela dor em si, mas pelo fato de eu ver a população - e eu não me excluo disso - super-estimando o amor, a vida amorosa, colocando isso num altar como se a vida não tivesse nada mais para ser visto ou explorado. É como achar que um bolo se resume à sua cereja.

Eu sei que dói e já fiz inúmeros poemas para explicar com palavras diferentes o quanto isso pega a gente de jeito. Eu sofri por essa praga chamada paixão um dia. 

Mas a indignação é de ver que está evidente o fato de que todos, mesmo que inconscientemente querem encontrar "O cara" ou "A Guria", mas que querem fazer isso sem se doar. As frustrações nos relacionamentos anteriores nos deixou desconfiados sim, e com razão, mas sem querer (ou às vezes até com intenção) fazemos o atual de bode expiatório para fazer tudo o que fez o nosso anterior.

Se você quer mesmo encontrar a pessoa, se comporte como quem deseja isso. Não adianta eu querer encontrar a pessoa dos sonhos, se eu não for a pessoa dos sonhos. Não dianta querermos alguém por inteiro, se nos entregamos apenas migalha por migalha.

Como diria a minha avó: "É o venha a mim. Ao vosso reino, nada".

Cada um supre essa falta de afeto do seu jeito: Uns se jogam no bacanal. Esquecem esse desejo de amor tranquilo e vão tapar esse buraco com fortalecimento do ego através do sexo. Outros se fecham no seu mundo sem olhar para os lados, perdendo oportunidades com pessoa incríveis por não terem olhos de enxergar a oportunidade.

Garanhões e Femmes Fatales, admitam: Vocês não estão nem um pouco a fim de envelhecer sozinhos. Querem alguém para poder oferecer essa fonte de carinho que tem aí dentro, sem aquele medo de serem abandonados na primeira derrapada, ou no primeiro corpinho malhado que fizer sinal.



Vamos parar com esse orgulho, essa corrida à lugar nenhum.

Não esperem que amanhã, após essa transformação íntima, vamos sair na rua de manhã e encontraremos pessoas sinceras, o padeiro e o cobrador da condução doando carinho de peito aberto - se bem que seria bem legal, mas é utópico - , mas seja você o primeiro. Tenha suas reservas, todavia, não deixe o medo de ser enganado te fazer parar de viver.

Coloquei na cabeça que quando é para ser enganado, não adianta se trancar por dentro e jogar a chave fora, acaba acontecendo; quando é para dar certo, não há distância, tempo nem equívoco ou obstáculo que possa impedir. (Lembrando sempre de não deixar a precaução de lado).

Possamos assumir aqui dentro que queremos aquele "Amor tranquilo com sabor de fruta mordida". Possamos aceitar: A vida faz de nós aquilo que bem quer, pois é poderosa demais a ponto de se submeter à nossa vontade tão pobre e mimada. Ela sabe o que realmente é bom para o nosso crescimento, e tem a certeza de que o fel de hoje, pode vir a ser o nosso mel de amanhã.

( Lucy Herrera)

Reflexão rápida sobre a vida



Hoje tirei a conclusão de que a vida não passa de um laboratório. Um lugar igualzinho aqueles simuladores de ficção científica, aonde passamos por testes e por aprendizados.

Se existem assaltos, é para nos ensinar que a saúde e a vida sãomuito mais importantes do que um celular de última geração; Se no nosso caminho existem pessoas fofoqueiras, insensíveis, que nos abandonam ou são indiferentes, é para termos um exemplo claro daquilo que nunca devemos nos tornar.

Se algo que nos é muito útil e quebra, é para que possamos dar valor, pois muitos queriam ter aquele guarda-chuva que maldizemos tanto, e nós, que temos, só sabemos nos queixar.

Se existe a fome, é para agradecermos o alimento; se existe a indiferença, é com o intuito de valorizarmos um abraço bem dado.

O único objetivo da vida é nos ensinar a dar mais, mesmo sem receber tudo aquilo que desejamos. Quer nos dizer que o bom uso do pouco é muito mais importante do que a ostentação desregrada do muito.

Que não podemos escolher o que vai acontecer no dia, mas somos mestres para decidir como nos comportarmos diante dos fatos.

"A felicidade não consiste em fazer da existência um mar de rosas; e sim, conseguir encontrar as rosas mesmo em meio aos espinheiros".
(Lucy Herrera)