terça-feira, 1 de abril de 2014

A Ansiedade da Espera.

Aguardo por você desde sempre...

E nessa ânsia tresloucada de procurar, achar e obter, me perdi por não saber exatamente o que me faltava de fato. Me saciei numa quantidade considerável de corpos, numa miríade de almas sedentas como eu, em turbilhões e vórtices de sentimentos, sentindo até prazer e alívio na dor, um prazer estranho que me fazia buscar o sofrimento das loucas, transgressoras e impossíveis paixões.




Eu queria mesmo radicalizar, talvez até tatuar a música da Rita Lee que está na imagem acima, gravar à ferro quente essa ideologia em qualquer parte da pele. Na cara, talvez.

Mas não mais que de repente me recordo de você, daqueles modos gentis, olhos que me prometiam um outro trecho de música: "Um amor tranquilo com sabor de fruta mordida", do nosso poeta rebelde Cazuza. Seus olhos não me prometeram nada, mas pelo brilho que havia neles, li a promessa por mim mesma.

Se você chegasse, as loucuras, rebeldias e rixas perderiam a graça para mim; não precisaria de bens materiais, de uma sexualidade gulosa, de gula em todos os sentidos da vida para preencher, não porque você preencheria, mas tendo-o perto de mim, me tornaria alguém melhor porque o teu carinho me moldaria como as mãos do artesão que molda a argila pacientemente. 

Ao pensar em ti perde o sentido a minha arrogância, o orgulho de querer estar sempre certa e não querer ceder, a cobiça... Com você, é alimentada dentro de mim a vontade infinita de regar, adubar, cuidar com desvelo do jardim da minha aura, porque só um solar com as mais belas árvores e as mais raras plantas poderiam atrair uma ave rara feito você. Quero ser protegida e aquecida nos dias frios debaixo das tuas asas, ceder a ti durante a madrugada todo o carinho que jaz há muitos milênios guardado, ceder de um modo ingênuo e cálido. Ser o motivo do teu sorriso cheio de ternura ao recordar-se de mim no meio da tarde. Ser habitante dos teus devaneios oníricos (sonhos), assim como és frequentador assíduo dos meus.

Essa esperança me move a lutar contra meus maus apelos, a limpar meu coração, pois no momento em que chegares, quero estar com as vestes mais alvas que houverem; quero ser flor para perfumar, alegrar, e estrela fulgurante para guiá-lo rumo ao Eterno.

Te amo mesmo sem saberes, mylord.

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