segunda-feira, 26 de maio de 2014

>> Revolta por conta da Copa do mundo = Senso comum

Vimos nesses meses que antecederam a Copa do Mundo as constantes manifestações de insatisfação com o fato de o Brasil, país do futebol - odeio esse título que não serve para absolutamente NADA! - ser a sede da Copa do Mundo de 2014. Em redes sociais, nas mesas do jantar, nas mesas de bar, nas conversas da fila do SUS e em todas as rodas de diálogo que imaginarmos, esse tema é presença obrigatória.

E a maioria das pessoas, entre intelectuais e leigos (sou leiga) entra no senso comum de que "é uma pouca vergonha um país defeituoso e caótico como o nosso, que não se aguenta sobre as próprias pernas, afunda no lodo da corrupção se preocupe em ostentar com estádios suntuosos enquanto cidadãos morrem em filas de hospitais e muitos brasileiros vivem em situação de pobreza extrema e humilhação". Ok. Concordo em gênero, número e grau.

O que mais revolta é a BOMBA: Não foi a FIFA que convidou o Brasil para ser a sede. O Brasil simplesmente se OFERECEU.

Mas é o que todo mundo diz. Muito fácil repetir as frases dos outros.



Uma opinião comprada. Porque me lembro, passou na televisão ao vivo, no dia 30 de outubro de 2007 que ficou definido: O nosso país seria a sede dessa "festa".. A pergunta central é: Porque nesse dia, ainda em época de governo LULA, ninguém abriu a boca à respeito do assunto? Não diz por aí o ditado popular de que "o mal deve ser cortado pela raiz"? Cadê? Aonde estavam os facões da opinião pública e a vontade de protestar nesse ano? E em todos os outros anos que se sucederam?

Não, eu não sou a favor dessa ostentação. Só acho que depredação apenas vai jogar a fama do brasileiro mais na lama do que já está - se é que é mesmo possível.

Se você parar alguém na rua, quem vai saber informar o quanto foi gasto nesse mundial? Nem eu sabia, soube agora, (um bom artigo se faz com pesquisa): A estimativa é de 26 BIlhões. É tanta grana que não dá nem para imaginar quanto seria. Dinheiro suficiente para dar um jeito nesse caos generalizado pelo menos, e deixar a nossa casa no mínimo apresentável, nossa vida de um jeito em que nós vivêssemos ao invés de sobreviver. 

O que mais é digno de revolta não é essa roubalheira, essa ostentação, e sim o fato de saber que todo mundo sabia desde 2007, e se alguém abriu a boca, pode ter certeza de que foi uma minoria à qual ninguém deu ouvidos, porque na hora não achou grave, não achou disparate esse gasto alarmante.

Ninguém em sã consciência quebra o pau na própria casa enquanto tem visita entrando e  tomando café da tarde. Protestos no Mundial são válidos sim, desde sejamos civilizados. A questão é que os turistas não têm culpa, a seleção não tem culpa, não arrumemos bode expiatório para o caos que se instalou aqui. Os jogadores só estão fazendo o trabalho deles: JOGAR FUTEBOL. E os turistas estão vindo gastar dinheiro, se divertir. Claro que existem uns e outros (não são poucos) que vêm só por conta do turismo sexual. Mas existem aqueles que estão vindo com a família assistir a Copa, não dá pra generalizar.

A culpa está no governo brasileiro, que simplesmente fica de quatro, deixa todo mundo brincar de cavalinho e se submete em todas as decisões para agradar os governos estrangeiros. Se for americano então, nem se fala. Esse costume de jogar confete em gringo está inserido na nossa cultura desde os primórdios.

E quem colocou esse governo lá? Você, o seu irmão, quem?

Vote em quem você realmente acha que vale a pena. Voto não é igual a roupa da moda ou o carro do ano que copia-se o do vizinho. É algo particular, pra ser raciocinado. Não se vota em quem acha que vai ganhar. Vota-se em quem realmente vai fazer a diferença. Vota-se com compromisso, vota-se com consciência.

Em outubro desse ano será a primeira eleição em que vou ter o direito do voto, quero fazer a diferença. Não ser mais uma na estatística dos que choram pelo leite derramado e pelo país desacreditado pelos próprios brasileiros.


Sem comentários:

Enviar um comentário