Acompanhar filmes que retratam a nossa realidade é algo realmente fabuloso, que tornam público sobre o cotidiano às quais nem sempre se tem acesso de modo profundo, como é ser homossexual ou bi, o que se passa nesse universo tão simples, mas que alimenta tantas animosidades contra esse modo de ser, tanto da ciência como da religião.
Adèle e Emma (Interpretadas por Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux respectivamente) no Longa-metragem premiado no Festival de Cannes"Azul é a Cor Mais quente") |
Ver que o horário nobre também passou a importar-se com o nosso cenário nos faz pensar que não deixa de ser uma mudança positiva para a sociedade o fato de o assunto ser mais abordado, pois talvez dessa forma, daqui alguns anos, os casais gays sejam vistos da mesma forma normal que os casais heteronormativos. É uma forma de entrar em uma intimidade fictícia para ver que a coisa não é assim tão feia, anormal e imoral quanto pintam aos gritos nos templos (pelo contrário: o amor é sublime, seja qual for a forma que se manifeste).
Casal Félix e Nico na novela global "Amor à Vida" |
E você, o que acha disso? De o arco-íris estar tomando espaço na arte, nos meios de informação? O que acha do fato de assuntos relacionados ao arco-íris LGBT estarem cada vez mais em evidência?
Elena e Peyton no filme "Elena Undone" |
Homofóbicos dirão que é o fim dos tempos, que terminaremos em chamas assim como Sodoma e Gomorra.
LGBTs terão pontos de vista como o que eu listei acima em sua maioria. E outro grupo dirá que a relação entre pessoas do mesmo sexo não é nem de longe parecida com essas versões amenizadas que vemos nas novelas, com esses selinhos insossos, que é falta realismo pois na vida real é muito mais intenso (na minha opinião, nos filmes eles conseguem passar mais realidade do que nas novelas).
É claro que o mercado literário não ia ficar de fora dessa, como aborda a matéria do site O Globo à seguir, no link: http://oglobo.globo.com/cultura/livros/editoras-apostam-em-literatura-infanto-juvenil-gay-13244487
Já falei o que há de "nooooosssaaa que maravilhaaa" nesse movimento, a identificação que eventualmente possamos sentir. Mas as vezes tenho a impressão (que pode ser equivocada ou não) de que a mídia, e os veículos de informação estão se aproveitando disso para encher os bolsos de money. Ok... quem não quer sentir nos bolsos o barulho de moedas de ouro batendo umas nas outras?? Eu quero...
Da mídia eu não me espanto, sério. Mas o mercado literário anda muito robotizado e interesseiro pra mim, andam falando sempre dos mesmos assuntos... Igual na época em que usavam a temática sadomasô para tornar 50 Tons de Cinza um best-seller, e logo em seguida vi mais e mais autores apostando as fichas nisso, perdendo a originalidade para o poder monetário. E a escrita é um sacerdócio. Sacrilégio é simplesmente se vender para uma editora. Parar de escrever o que gosta só para enricá-los ainda mais. Que fique claro: Não coloco em dúvida a qualidade sobre esses livros, afinal de contas, nunca li deles nada além da sinopse. Talvez futuramente eu faça resenhas sobre eles).
Talvez ALGUNS dos escritores nem queiram mesmo escrever sobre o assunto, e simplesmente seguem o fluxo, a tendência do momento. E infelizmente - ou felizmente para alguns casos - muitos leitores acabam seguindo aquilo que leem. Vai do psicológico de cada um. Alguns acabam não sabendo separar a realidade da ficção, como naquela polêmica obra de Goethe, chamada "Os sofrimentos do Jovem Werther ", o qual virou febre em seu tempo, e muitos suicídios em massa de jovens que leram o romance foram documentados.
Nesse caso, eu diria que o único lado ruim de colocar a homossexualidade em tudo, é que muitas pessoas que não nasceram com essa tendência homossexual acabam fazendo só pra seguir a moda do momento, e na maioria das vezes, fazem de uma forma que acaba denegrindo a imagem dos homossexuais, e ao invés de termos uma maior aceitação por parte dos homofóbicos, podemos presenciar uma maior repulsa por parte de quem tem preconceito. A frase que mais escuto, e que mais me dói ouvir é "Nossa, agora é moda virar viado" . Temos gente famosa e sem cérebro falando esse tipo de coisa, influenciando a massa a ter uma visão negativa da questão. Em primeiro lugar, não se diz essa palavra, é um insulto. E em segundo, não se diz que a pessoa "virou" algo, pois na ciência ainda não foram comprovadas as razões pelas quais indivíduos podem sentir atração pelo mesmo sexo, se eles nascem assim ou são influenciados pelo ambiente (eu acredito que seja de nascença), portanto, não saia dizendo o que não sabe.
Como já foi dito, acho maravilhoso o fato do silêncio ter sido quebrado a respeito disso, pois sou muito interessada nessa causa e nessa luta. Mas por vezes mostrar a homo e a bi como moda mais atrapalha do que ajuda. Tem que ser um processo natural, vagarosamente, para que seja aceito como uma realidade comum.
E você? O que acha sobre?
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