sexta-feira, 4 de abril de 2014

>> Acreditar ou não na traição?

Quando você se perfuma e sai
Eu emudeço
Sozinha,
Feneço
A noite cai
eu não adormeço

A mente voa e torno das perguntas:
O que deve estar fazendo?
com alguma mulher conversando?
Arfando
Gemendo?

Minha paz se perde no tic-tac das mudanças do ponteiro
O relógio se torna um instrumento
de tortura
que me faz doer por inteiro
do qual estou presa e não me desapego.

Me perco na sala e em sua negrura
Sofrendo o efeito de meus duros pensamentos
Sentindo as pancadas no ego.

Pode ser o efeito causado pela tua indiferença,
Tua falta de ternura,
Pode ser loucura causada por uma traição.

Me trais?
Lembro da bajulação
desenfreada no bar
Das madrugadas regadas a bebida das quais apenas no amanhecer pensavas em retornar.

Das indiretas das minhas amigas, aqui na minha casa, na sala de estar.
Insinuavam que havia algo escondido, talvez um tanto dolorido
Que eu forçava em fechar os olhos para não enxergar.

Devia ir agora no quarto, pegar as malas
Jogá-lo para fora, às favas
e junto contigo todas as tuas raparigas.
Ou me matar, talvez.
Implorar para acabar com essa usura,
Me fazer só sua, fielmente, de vez.
Mas implorar faria cair por terra a minha altivez.
Uma possibilidade a se pensar:
Prefiro a viuvez
Matar-te sem piedade
À dor de saber que tu, meu marido
Me trais
Toda vez
Que te perfumas
E sais.

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