quinta-feira, 8 de maio de 2014

Seriam suficientes correntes de aço para prender o desejo?

Você chega perto e eu não me permito confessar o que eu sinto.Confessar para quê? Olha como o mundo dos confessos está caótico e incendiado, não estou a fim de me juntar a isso, meu caos interno já é grande demais... Tua voz tem uma ligação direta com o meu peito, e quando ela sai pela tua garganta, o coração arde como brasa em plena fogueira, avermelhando meu rosto com o calor da timidez.

É muso (a), sorria: Você está sendo poetizado (a) (e nem sabe, inocente), e eu fico aqui, enfornada nesse lugar só fantasiando, umas visões meio inconscientes na minha mente que misturam o meu feminino, o seu másculo, nossos corpos, formando labaredas no ar.

Sua gentileza estimula as vontades, a imaginação, mesmo que nem sequer chegue a levantar essa hipótese.
Ok, não entende nada de linguagem poética, não entende nada do que estou falando, mas se a minha imaginação se concretizasse, ia entender do que se trata a linguagem, ia conhecer da minha boca o que é o tal do português claro, a sensação da dança sinuosa do roçar contínuo e arrepiante das nossas peles. Nem que seja em outra dimensão, essa cena existe em cores vivas e flamejantes. Nem que seja só no meu Universo Particular, ela existe e vai continuar lá, presa por correntes de ferro.

Seriam suficientes correntes de aço para prender o desejo?


(Escrito ao som de "Smooth Operator - Sade")

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